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As Asas do Condor


Durante muitos anos,o Condor se preparou para voar soberano pelos Ares, em todas as camadas; em todas as direções cobrindo longas distâncias, aproveitando para construir sua sabedoria...
Durante estas andanças, o mundo passou sob suas Asas e ele apenas observou, parecendo distante, porém utilizando-se de todos os seus sentidos apreciou cada detalhe em sua viagem .
Pela sabedoria,construída através dos tempos, tornou-se naturalmente conhecedor de todos os segredos...
Sob o que foi observado é que vamos falar...
Sejam muito bem vindos ..
O CONDOR....

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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Olá Marilde; nem sempre estar ansiosa é sofrer por si...

Boa noite, Léo.
Desejo que esteja bem.
Tenho lido seus textos no blog Asas do Condor.
Acho-os muito profundos e interessantes.
Quando tiveres um tempinho, se puder e, se quiser, escreva algo sobre
ANSIEDADE, sintoma esse que costuma me afetar, principalmente pela parte da manhã. Pequenas coisas, insignificantes até, me deixam com  mal estar...
Como se eu tivesse que ver tudo resolvido pra "ontem".
Tento me acalmar, digo a mim mesmo que devo deixar as coisas acontecer no tempo
de Deus e não no meu... Mas a ansiedade insiste, vai e volta...

Um grande abraço. Que Deus continue iluminando-o SEMPRE.

Boa Noite Marilde!
Nem sempre o que falta é o que nos faz falta. Porém na ordem inversa o que nos sobra é o que assombra e nos faz sentir que a vida muitas vezes é desigual.
Porém, na maioria das vezes a igualdade não é o melhor companheiro e, sim a desigualdade. Na desigualdade o que podemos sentir sempre se torna patê de nossa cultura, de nossa sabedoria, ao passo que o que nos apresenta como iguais, invariavelmente fazem parte de nosso repúdio.
É preciso, entretanto, saber Ser e saber Ter, pois além de tudo estas coisas somente farão parte de nossas vidas antes da morte chegar.
Longe de querer demonstrar uma sabedoria que não tenho, chamo sua atenção para o movimento dos ponteiros de um relógio. Do nove ao três o movimento é da esquerda para a direita e, o contrário, ou seja da direita para a esquerda do 3 ao nove.
Ora se até o relógio tem seu contrário para se opor e lhe dar equilíbrio e harmonia, é preciso pensar, minha querida que seu equilíbrio e sua harmonia depende de um “outro” movimento que não o seu.
Você me fala sobre “ansiedade” e, eu lhe falo sobre credibilidade, conhecimento e Fé.
Não sobre a Fé instituída nas linguagens subliminares das doutrinas ou das religiões, mas num tipo de Fé inerente à sua vida e, que diz respeito particularmente à sua existência.
A ansiedade trilha o caminho oposto ao caminho da Fé. Os ensinamentos a levam crer que para tudo dar certo é preciso ter Fé. Mas não é bem assim.
Em primeiro plano é preciso crer em sua existência e nas coisas que seus conhecimentos poderão fazer com que sua sabedoria seja cumulativa sempre. Afinal não se pode ficar substituindo valores a todo tempo às custas de perder o próprio credo, a Fé e até a personalidade.
Daí você me fala de Ansiedade; eu falo de pressa em viver... falta de paciência para colher os frutos de suas ações e, insatisfação com a situação de estar sempre na berlinda tendo que organizar tudo para que os outros vivam a felicidade de não terem tanto trabalho.
Pois é minha amiga... não  creio que você seja meramente ansiosa, mas a sinto como se estivesse sempre pronta para correr... é como se você vivesse próximo à cratera de um vulcão e sua obrigação fosse salvar pessoas.
Não me leve à mal, mas antes de querer entender seu deus e sua Fé, entenda quais são suas necessidades para sobreviver em mares tão tortuosos.
Um forte abraço, minha querida amiga.


Léo S.Bella
05/09/2011

Um comentário:

Léa Conforti disse...

O canto da ansiedade

É, ansiedade é o sinal do desejo querendo eclodir. Mas enquanto não se manifesta, a ansiedade passa parecer como uma sirene ou até mesmo como um canto da cigarra que abala todos os sentidos do sentir com o seu som estridente.
A ansiedade também tem seu aspecto positivo, pois a considero como o sentinela do movimento do saber, do pensar se está em sintonia com o agir.
A ansiedade quando incomoda borbulha o sangue no coração, faz dos pensamentos convulsões da memória, do desejo e provoca o medo de agir, de realizar o que se quer conquistar ou viver.
Ansiedade que provoca, impulsiona em sua própria crença de que é capaz de decolar em largos e longos passos ao horizonte da vida. Porém quanto mais segura os pés com a ansiedade, mais medo e insegurança vão tomando conta da mente e do corpo fazendo de si escrava da ausência da coragem, repito ausência da coragem (e não falta de coragem) de desbravar o que se deseja ser e ter, assim, mais a inquietude de querer as coisas para ontem vai prevalecer, isso é o mesmo que querer dizer: quero trazer o futuro para o meu ontem, pois este já vivi e sei como lidar, sei como controlar... Agora o futuro anseia o desconhecer, causa insegurança por não ter o controle da totalidade ótica ou até mesmo o intuitivo de não captar a previsão de algo que estará para acontecer... como será... o que terá e o mais tenebroso o que tem do outro lado a esperar e o que se espera deste encontro.
Ansiedade que acaba dividindo a angustia em três partes a angustia situacional, angustia existencial e angustia patológica.
Ansiedade danada, cheio de mostrar autonomia ao desigual, as diferenças. Pois é assim que cada um de nós entramos em sintonia. São nas diferenças, nos desiguais que vão formando parte com parte e dando a forma, o sentido da totalidade e a haromonia. São pelas diferenças e desigualdades que vamos nos afinando como humanos até ao alcance de se tornarmos seres viventes.
Ansiedade é sintoma quando manifesta angustia patológica, quando se encontra em uma decadência de desejos, de volição...
Ansiedade é apenas o sinal do movimento dialético de nossa existência, do pensar, do sentir, do viver, do morrer, do renascer etc...
Ansiedade o tempo todo nos chamam a nossa atenção para estar em sintonia com a dialética da vida.
O ansioso que quer tudo para ontem, sofre desta ansiedade por ansiedade antecipada, no laço da insegurança toma todo o seu tempo tentando e querendo laçar a todos e a tudo por medo de viver, experienciar as diferenças, o novo, que o futuro e a até o próprio presente tem para a oferecer.