Muitos pais, muitos irmãos e parentes choram a desgraça que se abateu sobre a família pela falta de regra na comemoração.
Estou bem em frente a um Pronto Socorro e não é difícil entender porque a vida não vale nada.
Não vale para o Estado que não cumpre o seu papel de tratar a saúde dignamente.
Não vale para os sérvios funerários que querem viver e enriquecer sobre a desgraça dos que choram a partida de um filho ou parente.
Enfim a vida não vale nada para quem não acredita que basta um segundo para deixar de viver. E, tudo se tornar passado.
Se todas as pessoas fossem escritas pela história universal, não teríamos mais nem onde colocar livros... Porém, quem sobrevive, conta sua estória, da forma que ele sabe valorizar a sua vida. Porém quando ouço estas bravatas, me decepciono porque entendo que entre dez, nove não valorizam a própria vida.
Será que é difícil valorizar a vida? Por que será que as pessoas discutem e brigam e guerreiam sobre os valores que envolvem suas escolhas, mas não se empenham em conhecer a própria vida antes de realizarem suas escolhas?
Neste barco que se chama vida, estão velhos, jovens, mulheres, senhores, senhoras, putas, traficantes, padres pederastas, vadios professores, letrados e magistrados, enfim toda espécie de gente.
E, cada um capaz de realizar e dar voz ao seu livre arbítrio.
Mas dificilmente o fazem pela verdade e, sim pela verdade interior que normalmente vem impregnada de egocentrismo e egoísmos e todos os egos que puderem conter dentro de si.
Acabaram-se os fogos e começa o rescaldo de desgraças que restaram para o ano novo.
Acidentados, embriagados, machucados pela violência e pela intolerância humana potencializada pela bebida e pela droga.
Queimou-se em vinte minutos uma pequena fortuna em fogos de artifício o que daria para dar um bom início de ano a muita gente.
Pelo menos manter durante um bom tempo uma boa escola para pais.
Acredito que a escola deveria ser a base para tudo... até para os pais.
Mas isto é um devaneio, uma viagem, uma utopia, uma vontade que uso para sufocar minha voz interior que grita não agüento mais, é sempre a mesma coisa. E, sem saída.
Espero estar errado. Tenho medo de estar certo e ter que caminhar sobre 2011 como venho fazendo há mais de 58 anos, semeando apenas a vontade de colher bons frutos.
Acho que cansei de ver mãe chorando pelo filho que foi criado longe dela por incapacidade dela mesmo. Cansei de ver Mães jovens demais, despreparadas para a vida falando grosso como se palavras firmes fossem rumo de vida.
Acho que me cansei de ver gente morrendo sem saber nada...
Espíritos ignorantes de sua própria passagem.
Talvez isto não signifique o fim dos tempos, mas é sinal de que algo está errado.
Com certeza algo está errado e você continua olhando para o outro lado e fazendo de contas que não é nada consigo...
Realmente os meninos de rua não têm nada em haver com você, porque eles não precisam de você para mantê-los na mesma situação desumana em que vivem.
E, muito menos contar com você para tira-los de lá.
Espiritualidade... pense nisto... reflita sobre isto... não é preciso seguir dogmas ou doutrinas tampouco acreditar em um deus para ser humano.
Seja ao menos humano e ouse fazer algo anonimamente por alguém... pode ser que você não veja vantagem nenhuma nisto, mas insista porque um dia você poderá entender porque estou sentado à luz da lua do Ano Novo, refletindo neste texto.
Léo S.Bella
01/01/2011
01/01/2011
2 comentários:
Elogiar apenas estas mensagens seria algo sem nexo, pois não atingiria a verdadeira essência do que sinto quando navego nas reflexivas palavras. Procuro transceder no êxtase da vida para compreender o sentido dela própria, percebi que quebrar os espelhos em minha volta será um ato de abertura, de possibilidades para me refinar como ser humano e também minha espiritualidade. Quebrar o espelho é o mesmo que desconectar-me do ato egoísta e da magia dos meus desfarces, que nós criamos para uma sobrevivência fútil..., viver em faz de conta que não é comigo, não é para mim a responsabilidade... Faz necessário para nossa evolução humana ser simplesmente simples e encarar o nosso próprio espelho interior, assim quem sabe conseguimos sentir a espiritualidade como algo mais harmonioso em sua própria e pura essência, sem contaminações de rituais, dogmas e religiões...
Léo muito obrigada por me ajudar polir aquilo não vejo ou que tenho medo de ver e perceber.
Léa Conforti
Não comento os comentários que recebo... eu os aceito... os respeito, porque somente através deles posso avaliar minha evolução e crescimento.
No entanto, este em particular, muito bem articulado oxigenou demais o meu cérebro onde é o habitáculo de meu ego (aquele anãozinho verde, pegajoso que julga saber tudo, e quando se manifesta é para psicografar algo ou provocar a psicose = uma loiríssima deusa que tem complexo de ser morena e dona da verdade e acha que por pertencer ao inconsciente é a bela adormecida).
Sou um ser simples que, com palavras simples, tenta transmitir as sensações como sendo verdades individuais de cada um...
Sou um sensitivo, apenas e, desta forma em tudo o que faço me envolvo por inteiro.
Então quando leio um comentário igual ao seu Léa, meus sentidos todos se voltam em sua direção e as sensações fervilham traduzindo cada palavra sua como uma conquista.
Estamos dividindo as conquistas...?
Estamos caminhando e nos encontrando através das mesmas conquistas?
Ou estaremos caminhando um de cada lado do tempo, na razão inversa do que pudemos viver?
Razão é o resultado de um raciocínio complexo, tido como justo e certo para que todos os outros raciocínios seguintes ancorem sobre uma base solida....
Mas de que base estamos falando?
De um momento especial e filosófico, no qual o comentarista e seu comentário é que valorizam o texto ou de alguns textos que mirando o intelecto resvalou e atingiu a Alma?
Talvez não seja importante, esta reflexão porque seus espelhos interiores não se quebrarão com minhas palavras, mas sim pelas vibrações provocadas pelo eco vindo de sua voz interior como um brado de liberdade.
Digo isto apenas pela ultima linha de seu comentário. Um momento raro em sua vida...Um momento tão sublime quanto o momento da queda de um Anjo, ou o momento de solidão de uma deusa, diante da duvida de ser Mãe ou deusa.
Muitos momentos são simples, mas uma deusa nunca gerará uma Mãe, mas uma Mãe sempre poderá gerar uma deusa.
A questão de envolver o Ser sem ser o próprio Ser, com problemas que devam ser resolvidos antes de serem descartados como inúteis para a vida é a mesma questão que envolve o Ser, diante de uma escolha produzida através de valores adquiridos apenas pela cultura e que nunca serão somados aos empíricos adquiridos através das relações humanas.
Tudo isto é uma questão simples de querer assumir a missão que se tem, ainda que seja distante do trabalho que se exerce.
É tão simples como a impossibilidade de questionar uma escolha feita há anos e que deu tudo errado.
Quem esta errado? O Ser, ou o valor no qual a escolha tenha sido baseada?
Talvez em nenhum caso o Ser possa ser taxado de errado pois, em cada época da vida um valor distinto ele terá como resultado de sua evolução.
Fico imensamente feliz em receber seu comentário Léa, mas muito preocupado com o que minhas palavras possam estar fazendo em suas reflexões.
A sua melhor Arte nunca foi o pensamento, pois o pensamento é improdutivo e redundante,. Mas você é mestre no raciocínio e isto me encanta. Consegue articular verdades e inverdades dentro da mesma esfera e sabê-las quais as verdadeiras, as falsas e, as mentiras..
Quais as que interessam e quais aquelas que possam provocar nas pessoas uma idéia dentro do inconsciente coletivo, transformando-as em massa de manobra.
No entanto algumas questões tuas com Deus, não são questões existencialistas ou meramente infundadas. São questões fortes sobre como se processa a fé e a estrutura que ela detém para ser a mola que impulsiona o futuro.
Estas questões nem sequer esbarram em dogmas ou doutrinas, porque você não trata Deus como uma água represada capaz de destruir tudo se não for contido em sua ira.
Eu que devo a agradecer sua visita e a gentileza de seu comentário.
Talvez um dia possamos sentar diante de nossos silêncios e nos tocar, assim como o sol toca na Lua.
Que Deus a proteja em sua caminhada , pois será mais uma etapa de uma caminhada vitoriosa.
Léo s. bella.
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