Olá Fátima de Santa Maria, Mãe de Mauricio (21 anos), vítima de atropelamento em 09/11 de 2008.
Estou em minha montanha Mágica, caminhando entre a natureza e recebo uma mensagem de minha querida amiga Tânia Maclóvia, (autora do livro “E a vida continua aqui e lá...”), falando sobre você, sua vida, seus filhos e sua necessidade de entender o que se passa do outro lado da vida.
Inicialmente, quero que saiba que Tânia Maclóvia é um ser capaz de refletir de dentro de si muita luz para os que necessitam e, da mesma forma absorver e transformar muitos dos sofrimentos das pessoas.
É uma mulher equilibrada e consciente, pois como educadora que é, sabe como ninguém da importância de caminhar junto com os jovens, sempre corrigindo, apoiando, orientando e educando.
Desta forma ela criou Xikinhu e, o preparou para a vida. Soube ser Mãe, amiga, companheira e desta forma pode sentir na trajetória da vida de Xikinhu a certeza de que agiu corretamente durante os anos que ele viveu ao seu lado. Tânia, é um exemplo, porque é uma raridade na forma de entender e viver as relações familiares.
Mas não estou aqui para falar de Tânia Maclóvia, mas sim do Email que ela me repassou na tentativa de que fosse colhidas algumas palavras para o seu coração de Mãe aflito, cansado e confuso.
Todas as premonições que você cita são fatos normais e corriqueiros e somente se espantaria de ouvir você falar quem passa pela vida sem dar valor ao próprio espírito e a própria necessidade de amar incondicionalmente.
Ou seja todas as Mães têm esta capacidade de sentir além do que podem ver. Isto não é um atributo mediúnico apenas, é uma característica normal à especie humana e vem sendo desenvolvida à milhões de anos através da evolução, de uma forma absolutamente normal. Alguns espiritistas de plantão podem achar que não e que tais manifestações denunciam a presença de alguma entidade de caráter doutrinário que estão falando aos seus ouvidos ou em seus sonhos.
Na verdade porém é uma capacidade sua.
Eu não quero me alongar neste tema até porque existem coisas mais importantes do que antever.
Sabe Fátima nada é por acaso, já que as relações humanas envolvem completamente o ser em todos os momentos de vida. Então, o atritar destas relações dar-se-iam com certeza em algum momento.
Com isto quero dizer que você não sonhou ou teve esta premonição por acaso. Mas porque você vivia e vivenciava a vida de seu filho todos os momentos do dia, então está mais predisposta a entender o que se passava na vida dele do que ele mesmo.
As Mães tem uma qualidade interessante elas podem lançar um halo de proteção sobre os filhos e, assim os acampanhar sem, estarem juntas com eles. Isto ocorre às vezes há mais de mil quilômetros.
Então Fátima, é como se uma Mãe nunca errasse a respeito dos sentimentos e das sensações relativas aos seus filhos.
Não quero falar sobre doutrina, até porque as doutrinas são escritos criados por seres humanos e, se prestam apenas durante um ciclo da vida. E, também porque não quero atribuir mistérios a uma coisa natural, ou seja, a premonição é factível a todos os seres humanos, independentes de serem espíritas ou não.
A minha posição é dar respostas rápidas e precisas, então motivo pelo qual as doutrinas não bastam para que eu as tenha, por isto me reservo a nem comentar.
Porém quanto ao seu filho Mauricio, muitas perguntas e dúvidas surgem.
a) Porque você se refere ao seu filho Maurício, de 21 anos pelo nome e o outro filho apenas ”filho de 33 anos.” (você percebe que Cristo quando foi crucificado tinha 33 anos).
b) Existe uma diferença muito grande entre os dois irmãos e, você sacramenta isto quando não revela o nome do primeiro filho.
c) A solidão que você vive, é outra coisa que me chama a atenção, pois mesmo na zona rural não se vive sozinho. E, esta solidão vai muito além de estar só, lhe falta uma certa cumplicidade para discutir e entender como se processa a sua vida e, todas as respostas por incrível que pareça estão dentro de sua própria família.
d) A última pergunta que me incomoda é: quem foge de quem? Você foge da memória da morte de seu filho e a cada dia se lança mais sobre ela, ou foge de si e, para tanto utiliza-se do manto da culpa.
e) Neste momento quero que saiba que pouco você poderia ter feito para evitar a morte dele, até porque foi uma situação muito complexa para ser descrita em poucas palavras.
a) Porque você se refere ao seu filho Maurício, de 21 anos pelo nome e o outro filho apenas ”filho de 33 anos.” (você percebe que Cristo quando foi crucificado tinha 33 anos).
b) Existe uma diferença muito grande entre os dois irmãos e, você sacramenta isto quando não revela o nome do primeiro filho.
c) A solidão que você vive, é outra coisa que me chama a atenção, pois mesmo na zona rural não se vive sozinho. E, esta solidão vai muito além de estar só, lhe falta uma certa cumplicidade para discutir e entender como se processa a sua vida e, todas as respostas por incrível que pareça estão dentro de sua própria família.
d) A última pergunta que me incomoda é: quem foge de quem? Você foge da memória da morte de seu filho e a cada dia se lança mais sobre ela, ou foge de si e, para tanto utiliza-se do manto da culpa.
e) Neste momento quero que saiba que pouco você poderia ter feito para evitar a morte dele, até porque foi uma situação muito complexa para ser descrita em poucas palavras.
Sabe, Fátima, se eu que não tenho tantas dúvidas, procuro esclarecimento para poder entender você, imagino você dentro de si buscando explicações para poder avaliar os seus sentimentos. É uma situação muito complicada porque ninguém vive só.
Por outro lado eu acho que não cabe a ninguém julgar os seus sentimentos. Nem você tem que dar satisfações a respeito do que sente e, também não existe uma cartilha para consolar ou determinar os passos da Mãe que perde um filho.
E, se existisse, Deus a queimaria, porque ficaria muito revoltado por ter dado o direito Natural do livre-arbítrio ao homem para ele seguir seus passos da forma como achasse melhor e ver que alguém escreve uma cartilha para o homem seguir dando receitas mágicas e milagrosas para a vida. Tudo isso como se a vida nada valesse. O aprendizado espiritual é natural a todo ser humano independentemente de ter ele religião ou não. De crer ou não. De ser ou não.
Porque tudo na natureza, tem o dedo de Deus. E, me parece minha amiga que você precisa externar ao seu Deus, com fé, suas dúvidas. Você não precisa falar ao homem, mas falar ao seu coração e abrí-lo de forma que ele, seu coração possa aceitar que muitas vezes as verdades não estão onde se procura.
“Mãe, agora estou em paz.
Tu sabes que parti de uma forma trágica. Eu mesmo não acreditava quando tudo aconteceu. Achei que fosse um sonho. Mas foi pior que um pesadelo.
Agora estou em paz, mas preciso muito de sua fé. De suas orações e de seu Amor. Mas não quero que isto se dê por esquecimento ou por falhar para os que ficaram.
Agora estou em paz, mas preciso muito de sua fé. De suas orações e de seu Amor. Mas não quero que isto se dê por esquecimento ou por falhar para os que ficaram.
Todos precisam estar e ficar bem. Espero que vocês que foram minha família um dia possam conversar e se encontrar pois, vocês, ainda têm que viver, porque de meu lado está tudo bem.”
Agora começa a chuva na montanha e tudo escurece, e a enxurrada começa forte e eu tenho que descer a montanha rapidamente porque é muito perigoso e existem corredeira por todos os cantos.
- Caminhante!
- Quem é?
- Sou Mauricio, podemos conversar numa outra hora mais propícia, pois ainda que tudo seja complicado eu acho que mais faltam notícias entre os que ficaram do que notícias minha.
E assim, chego ao pé da montanha todo encharcado, mas lívido por ter conseguido algumas palavras.
E assim, chego ao pé da montanha todo encharcado, mas lívido por ter conseguido algumas palavras.
Desculpe Tânia, mas nem sempre é possível algo mais revelador pois às vezes as coisas devem ficar esclarecidas mas dentro do peito das pessoas.
Léo S.Bella 11/01/2010
Nenhum comentário:
Postar um comentário