Nasceu livre, tão livre que foi abandonado...
Aprendeu a andar se escorando, comendo restos do chão.
Às vezes jogados por algum irmão...
Acabou sendo filho da lua, fazendo sexo rua
Nunca soube o que é Amar.
Cheio de cicatrizes, no corpo, sua alma era um livro sem letras, sem escrita...
Amaldiçoado por todos os que o viam sorrir, na miséria, nunca teve como sua sequer uma janela...
Mas tinha uma tela,
Surrada, rota, gasta, suja, mas que ainda mostrava o menino Jesus.
Nunca gostou da cruz, porque achava feio o sofrimento e,
Deus para ele é quem deixava as sobras como alimento.
Mas não era pobre de espírito,
Tampouco nobre de consciência,
Mas não se importava com a aparência,
Mas adorava uma mulher grávida...
Gostava do cheiro, do jeito de caminhar e falar...
Das mãos amparando o rebento que um dia iria nascer.
E, ele que nunca foi amparado, nem tivera que lutar por sua liberdade,
Apesar da idade, morava a mais de mil anos pelas ruas da cidade.
Não tinha lembranças, ou recordações, mas no fundo respeitava Papai Noel,
Nunca recebeu um presente, mas sempre pedia para que não faltasse um presente novo para os outros, porque assim, através do lixo, ele poderia dar-se a este luxo.
Hoje é Natal, e se você quiser saber quem é este brasileiro, saia de sua ceia, caminhe pelas ruas e verá abandonado um pequeno indigente.
Mas ele é gente, pode não ter nome, mas tem alma, tem sentimentos e tem fome.
O menino de rua não pediu para ser assim, nem tem culpa de ser assim... e nem precisa de seu lixo para ser alimentado.
Ele precisa de calor humano, não de um amor mundano.
Ele precisa do Amor de Mãe, daquele mesmo amor que sobra no peito de quem perde um filho.
Ele precisa de você.
E, você, mais do que tudo na vida, precisa dele...
Léo 17/12/2009
Léo 17/12/2009
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