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As Asas do Condor


Durante muitos anos,o Condor se preparou para voar soberano pelos Ares, em todas as camadas; em todas as direções cobrindo longas distâncias, aproveitando para construir sua sabedoria...
Durante estas andanças, o mundo passou sob suas Asas e ele apenas observou, parecendo distante, porém utilizando-se de todos os seus sentidos apreciou cada detalhe em sua viagem .
Pela sabedoria,construída através dos tempos, tornou-se naturalmente conhecedor de todos os segredos...
Sob o que foi observado é que vamos falar...
Sejam muito bem vindos ..
O CONDOR....

contador


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segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Caminhar é galgar espaço e grangear conhecimento...

O caminhar é suave, leve, é como um véu solto, ensaiando um bailar, embalado pela brisa da manhã...
Os passos medidos, mas seguros, carregam aquele corpo há mais de 90 anos; por todos os cantos e lugares desta vida... mas não parecem querer parar tão cedo...
Imaginar quantos lugares, quantos degraus, quantas ladeiras, quantas vezes caminhou sobre tristezas e alegrias é um exercício que não leva a lugar algum, porque o que realmente conta não é o caminhar mas o quanto se pode aprender e ensinar... como agora que os passos parados em frente a janela sustentam a velha senhora enquanto ela sutilmente acende um cigarro de palha e mira distante com olhos de esmeralda, a estradinha que levou todos os seus em direção ao outro lado do caminho... para fixarem residência no outro lado da vida...
A morte, sempre caminhou por perto da velha senhora como se fosse uma eterna companheira para abastecê-la de tristeza, mas o incrível é que apenas conseguiu encher o coração da mulher de alegrias... talvez sem estas alegrias, de recordações e lembranças ela não conseguisse sobreviver até esta idade... porque as lembranças não fazem mal, nem produz a dor, apenas... mas as lembranças são responsáveis também pelas dopaminas e endorfinas que agem refrescando as idéias e possibilitando uma nova sensação de viver, sempre...
Não importa o que se vive, a qualidade de como se vive é profundamente importante, porque a saudade é como um poço de água cristalina, é preciso descer nas profundezas para abastecer e saciar a sede...
Enquanto as lembranças acontecem, a fumaça que se desprende do velho cachimbo serve de cortina para que as recordações tomem vida e vivam na saudade como se fosse um teatro da própria vida...
Poucos tem o privilégio destes momentos, pois poucos tem afinidade com Deus e pode sentir além do que o raciocínio humano permite... pois, a vida não é uma mera questão de raciocínio ou exercício mental mas um misto de sentimentos e sensações que tornam efervescente o passado, presente e futuro, e produz o sonho mais límpido e claro para acalmar uma Alma em desarmonia, com o Universo...
Deus então deixa de ser uma mera figura de identificação interior e passa a fazer parte da vida do ser em todos os momentos, pois isto é sabedoria e, é isto que se conquista ao final de todos os passos que se pode caminhar...
O tempo lá fora está mascarado pelas nuvens que mancham o vale... então quem vê a pequenina casa apenas percebe o rolo de fumo que sai da chaminé preguiçosamente, e as baforadas do cachimbo, da velha senhora...
Como tudo nesta vida tem um fim, mais cinco passos são dados em direção à poltrona onde o corpo repousa, antes de ser descoberto e ser levado para o jazigo final...
Parece que aquela ultima vista da janela, foi uma despedida, ou então um até breve para todos os que se foram por aquela estrada..., mas isto ninguém pode afirmar que ocorrerá, porque as medidas de tempo entre os dois universos não tem parâmetros de igualdade, e caminham independentemente de serem escravas deste tempo que conhecemos...
O cerrar de uma vida é sempre uma incógnita... será que a missão foi cumprida ou o Ser apenas se preparou para cumprir uma etapa desta vida? Será o pós morte uma etapa da vida que contenha a mesma sequência de nascer, crescer, e morrer? Ou, será uma outra forma de vida que contenha em seu bojo um sentido diferente e inverso? Será que a partir da morte não estaremos entrando numa espiral capaz de nos levar à identidade energética com o Universo, afinal, Deus, não pode se limitar a ser de compreensão apenas humana...
Milhares de perguntas poderão serem respondidas após a morte? Ou as respostas para todas estas perguntas não terão mais sentido para quem morreu?
Estamos todos caminhando em direção ao futuro sempre e somente poderemos viver o que está no futuro então, não há um destino predeterminado para nada, tudo se faz em harmonia e se constrói segundo a segundo... até se morre alguém, é porque nasce alguém e esta renovação é a razão da própria existência do Universo, mas numa escala de tempo diferente; absolutamente diferente... tão diferente como é uma pessoa da outra...
Então recordar, não é profanar a memória de quem já partiu pela morte, mas recordar é fazer reviver emoções em quem ficou, por isto, talvez mais do que viver um sentimento, seja reviver um momento através da memória, saudade e recordação, pois a lembrança de tudo isto sempre provoca uma brisa que pode refrescar sua Alma...
Encarar a verdade é como encarar a si mesmo, assim, como encarar o futuro é encarar o passado, sem medo de ser feliz...
Diante de todas estas ações, minha querida amiga que quer se desfazer da própria vida, acho que não estou induzindo você a continuar vivendo, mas dando-lhe um rumo para que busque dentro de si, suas próprias verdades e compartilhe com a sua vida todas as alegrias que você puder construir, até porque ninguém é feliz por acaso, ou sem trabalhar muito para isto...
Bons ventos, para que todas as almas sofridas possam vir até aqui, neste texto e abastecer-se de fé...


Léo 31/08/2009

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