A última gota...

Às vezes eu me sinto tentado a responder..., mas me contenho, respiro fundo e faço uma introspecção, e sempre concluo é melhor não... calar não é de todo ruim; vou ficar algum tempo com ruídos na cabeça, mas logo tudo volta ao normal, ao passo que se eu responder terei que ficar a vida inteira me justificando, e acho que não tenho mais tempo para isto...
Não tenho mais tempo para dizer quem sou, o que faço, como faço, porque faço, porque todas estas perguntas levam ao nada, então é melhor que as pessoas tirem suas próprias conclusões, ou fiquem com suas indefinições, e suas questões, ruminando como se fossem bovinos..., mas que façam a digestão quando e se quiserem...

Tudo transborda após a última gota... nunca antes...
Mas, é muito difícil saber qual será a última ou, até se esta última pode ser sempre a penúltima... é uma questão difícil... porque as pessoas todas são difíceis e complexas, e se utilizam desta complexidade para fundamentar e criar seus próprios artifícios... então, precavenha-se, você também... quanto a última gota... porque ela pode ser mais do que uma metáfora e, existir realmente, ou pode ser mais um devaneio em terras desconhecidas...

Não se escolhe ser paranormal, também, não se aprende ser, e, não é uma vida fácil, porque tudo o que são fantasmas das outras pessoas, tomam a dimensão da realidade na paranormalidade...
É um grande desafio conviver com esta vida paralela, cheia de fenomenologias, e desafios, e segredos que deixam de existir, à medida que a idade avança...
Minha vida foi assim, cheia de sobe e desce, onde as montanhas, eram íngremes demais, e sempre tive que subí-las sozinho, porque o mistério que me atraía não era o mesmo que pudesse atrair outras pessoas, a, não ser amedrontá-las... Então, isto me deixou com cicatrizes diferentes... com saudades e lembranças diferentes, porque eu sempre busquei entender cada segundo de minha vida, ainda que isto me custasse, muito caro.
Mas, isto não vem ao caso, o que vem ao caso realmente é que a velocidade dos ponteiros dos relógios não mudou mas a forma como a vida passa a nossa frente, esta sim, mudou muito e está cada vez mais rápida, e assim, não importa o quanto nos dediquemos à entender a vida, pois, esta acaba por passar cada vez mais rapidamente...

Talvez por isto mesmo, agora eu não me sinta confortável, para esclarecer coisas, ou dar respostas para perguntas que somente se prestam a ser obstáculos no próprio crescimento espiritual...
Isto não quer dizer que eu não responda mais cartas ou emails..., mas quer dizer que a vida me deu a possibilidade de avaliar em cada pessoa um potencial latente, e desta forma posso aquilatar que muitas perguntas se prestam apenas a ganhar tempo, antes de uma atitude ser tomada... e, não contem comigo para ficar apenas ganhando tempo, nesta vida, porque tenho muitas atribuições a fazer, ainda...

Se você tem uma atitude a tomar, fale comigo, ouça, reflita e deixe que seu livre arbítrio seja exercido como prova que você é um ser completo e que está em evolução contínua... mas se você a despeito de querer tomar suas atitudes e ter suas questões de foro íntimo que são verdadeiros obstáculos à sua liberdade não conte comigo... porque sou péssimo conselheiro..., além do que tenho pouca paciência para indecisões.

Muitas vezes, eu disse que quando seguro a mão de alguém, não costumo largar facilmente, porque pra mim , isto é uma questão de honra, então ou nos salvamos, ou perecemos juntos, mas tenho sentido que recentemente, não somente junto à mães de anjos, mas, em todos os cantos que caminho, que mais e mais pessoas estão se acovardando diante de tomarem uma atitude ou fazerem suas escolhas, por isto decidi perguntar, e deixar uma pergunta no ar. Para que todas as pessoas que passam por este blog possam responder..., pois estarão se ajudando mutuamente, até...
Por que, deixar de tomar uma atitude agora, para tomá-la mais tarde? Isto é medo de viver, de se comprometer, ou simplesmente comodismo porque acham que a morte é curadora de todos os males? Por que? Por que abandonar um filho vivo à própria sorte, tratando-o friamente, e cheio de regras frias, e impessoais, e entregar-se ao filho morto como se aquele amor fosse o mais puro e verdadeiro?
Será que a morte é uma medalha pra quem partiu e a vida um castigo pra quem ficou?
Por que não assumir definitivamente a culpa pela própria vida, e, entender que as escolhas que você fez são frutos de sua sabedoria e de seu conhecimento?
Seria tão facial a vida se, você pudesse apenas sorrir quando soubesse, e calar-se quando não soubesse nada... porque assim, muitas pessoas não estariam sendo enganadas e arrastadas para serem tratadas como incapazes a vida inteira.
Sabe, você tem duas alternativas, na mesma pergunta... ou calar-se ou comentar... mas de qualquer forma, espero que você possa conviver com a ignorância do que você chama de Culpa... ou então culpar-se por ser ignorante no assunto, mas de qualquer forma comente.

Léo 23/07/2009