Deite-se sobre meu silêncio...

Deite-se sobre meu silêncio...
Desnude-se diante de meus segredos, seus medos e me dê seu colo como guarida..
Não quero uma despedida,
Porque nunca nasci para ir mais longe do que um até breve...
Sou uma ave que voa porque é capaz.
Porque meu olhar é tenaz,
Fugaz como a lua que proseia com o sol na distância da noite e de dia se esconde em sua luz...
Sou um navegante que apenas sabe navegar dentro de seu mar revolto,
Envolto pelos mistérios de seus ocultos,
seus cultos, seus vultos de um passado errante,
inebriante e edificante de sua sabedoria.
Minha caminhada é solitária dentro de você solidaria...
Percorro todas as suas agonias, depositadas uma a uma em cada dia...
Caminho em todas as estradas onde você não foi amada,pois entregue pela virgindade, como troféu de um herói à seu conquistador,o seu mundo se construiu apenas de uma Fé, de uma mulher e um homem.
Eu entendo você e sua voz interior que clama pela igualdade, pela cumplicidade, pela simplicidade de amar o que se pode construir com a Alma... com a calma... com o espírito. E seu espírito proporcionou duas vidas ao mesmo filho.
A iniqüidade pode ser maldade, crueldade, perversidade ou bondade... depende de como se vê, depende de como acontece... de como ocorre e de como você corre atrás ou foge da imagem de um Anjo lindo e sorridente...
Deite-se, então sobre o meu silêncio, e adormeça, mas não esqueça que a voz que alimenta é a mesma voz que acalma, que exalta e eu nunca falta ainda que no silêncio profundo, onde a derradeira parada é um momento de reflexão.
Refletir, sempre é preciso, com siso ou sorriso... mas a reflexão é imperiosa... é poderosa e torna a vida harmoniosa enquanto o tempo avança sobre a esperança.

Léo s. bella