O cortejo...
O funeral nem sempre tem o sentido que se espera.
Uns tem café expresso tipo italiano, outros chimarrão, outros ainda, cachaça alambicada e forte.
De qualquer forma se comparece pois quem padece não é aquele que partiu pela morte, mas quem ficou e vai usar uma faixa de luto.
Ainda que seja fora de moda a faixa será usada na roda de amigos, dos mais novos aos mais antigos, para que ninguém se esqueça que ela padece.
Isto não são palavras ao acaso, mas poderia , na verdade, ser um caso contado numa noite longa à beira da fogueira como se fosse estória de quem partiu.
Mas quem partiu...? Quem ficou?
Partido esta o coração de uma mulher que além de Mãe é sua própria algoz, porque não compreende que a filha presa consome a sua própria liberdade.
Quem partiu o filho da cabeleireira? Ela lutou durante anos para poder educar e formar um médico? Mas o médico partiu por que?
Porque desprezou a própria vida e através de uma overdose tentou ampliar os limites da sua loucura, ou por que a Mãe que se fez presente para mante-lo na escola foi ausente na hora que ele precisa de companhia e, tinha que tirar suas duvidas com a televisão?
Quem ficou?
A Mãe batalhadora e trabalhadora ou o filho através da saudade, da lembrança e da dor?
Ou será que a Mãe se jogou dentro daquele caixão no derradeiro momento?
Muitas coisas se confundem , mas o que não se pode confundir é pessoas com coisas, pois coisas que se encostam tem no mínimo um pé e coisas que se sustentam por si tem que ter três pés.
Questionar é viver... e refletir é conquistar sabedoria a cada nova reflexão.
Léo S.Bella
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