A internet não é um campo santo. Mas o campo de uma batalha santa.
Existe de tudo, acontece de tudo e todos os que se mostram, procuram mostrar apenas o lado que lhes interessa.
Alguns Mostram muito, porque tem pouco para mostrar.
Assim, isto acaba confundindo e surge uma única verdade cibernética que não se pode provar ser mentira porque a distância que a separa da irrealidade muitas vezes é quase nada.
Assim, são os amores que se quedam pela internet... Assim são os golpes... assim são os momentos que as pessoas passam diante de uma tela se enganando... ou procurando fazer o tempo passar. Então o tempo passa numa velocidade incrível, mas ao mesmo tempo tudo o que se passa na vida da pessoa parece nunca sair do lugar.
Então, neste 2010, que correu na velocidade fantástica da Internet, nem tudo se consumou, mas muito se consumiu... e porque se consumiu, nós fomos consumidos em tudo o que a materialidade pode viver... Foi consumida nossa saúde, nossos bens, nossos filhos também... Deixaram de serem angelicais para se tornarem capazes de gerar anjos também...
E, nesta caminhada, muitas mães, divorciadas, solteiras, separadas, ficaram órfãs. O ano lhes consumiu os filhos..., lhes consumiu a vontade de viver e de querer lutar pelo dia seguinte... Mas nem todos perderam... Porque ganharam os ceifadores de vidas, que se enriquecem apenas pela droga, pelo produto do roubo, pela falta de vergonha de se esconderem atrás de um mandato político.
Enquanto isto, o ano seguiu seu rumo, e agora nos últimos momentos, quando reviro minha memória, vejo pelos cantos muitos lamentos que jamais serão ouvidos, porque são pobres.... porque são pretos... porque são analfabetos, porque são velhos, porque são esquecidos e não geram tantos impostos, mas gastam porque não tem mais saúde. E portanto são esquecidos nos leitos frios dos hospitais para terem uma morte digna...
Mas o que é uma morte digna?
Por acaso não existe dignidade na morte? Na derradeira passagem, no último estertor?
É difícil entender quem no frio tem o melhor cobertor...
Tenho caminhado pelas ruas e sempre olhando nos olhos das pessoas... Vejo muitos olhares sem esperanças... até olhares de crianças...
O consumo se estabeleceu como divisor de águas. Quem pode consumir interessa, quem não pode tem valor apenas na hora de votar para enriquecer o político que se faz com a política.
Mas a internet agora, no umbral de 2011 parece o único portal capaz de atingir de alguma forma um objetivo comum; igualar todos os homens, mas não pelo que eles tem ou pelo que mostram mas pelo que sentem... e são capazes de criar...
Este mais do que um sonho é uma bandeira que todos deveríamos levantar porque além de todos os deuses, e de todas as religiões, e de todas as paixões estão os homens... os homens de Fé, de boa Fé...
Meu receio é que a Internet em 2011 consiga transformar a Fé num instrumento e não num dom capaz de sufocar o medo, a dor, a ausência e a carência espiritual. Que transformem a Fé em algo paupável capaz de sobreviver através das trocas de dízimos por palavras e orações... Uma troca materialista demais para quem prega a espiritualidade.
Desejo a todos os que puderem que sejam felizes... porque a felicidade é um momento onde se vive o resgate da própria alma...
Termino minha caminhada muito mais cansado do que comecei o ano..., mas feliz porque dentro destes 365 dias que pude caminhar sem tocar, nem usar a mentira como uma forma de defender ou apresentar ou mostrar o que sou.
A todos, o meu carinho, o meu abraço, o meu conforto, minhas palavras e, minhas mãos estendidas para que segurem e possam se equilibrar.
Sei que posso sustentar e equilibrar, porém sem nunca dirigir seus passos.
Que venha 2011, mas que traga novas possibilidades, novas esperanças, novas realizações e que você possa vivê-lo com muita saúde.
Léo S. Bella
22/12/2010
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