Este seu jeito cigano,
quase insano de ser,
de ver, de sentir , de ouvir
de crer e até de morrer,
é o que confere valor,
ao seu amor.
Teu jeito profano de querer,
é jeito de deusa..
é o jeito eterno do Ser...
Onde o abandono não se faz,
mas se cumpre,
onde a dor é fugaz companheira,
de madrugadas frias,
em lares desfeitos
pelos defeitos dos que se julgaram perfeitos,
para si, não para o outro.
E, quando o norte é o fim do curso,
o útimo recurso,
a derradeira morada do urso,
o sono é o prenúncio da morte.
Mas não se morre por engano,
nem por fruto da própria sorte...
Morrer pela sorte arde,
na lápide do covarde ,
que apenas não vê a vida ...
e deixa viva qualquer ferida.
No umbral da passagem para a ultima morada,
o dinheiro, ou a namorada,não
haverão de passar,tampouco a dor,
apenas o Amor...
Então deixe que seus devaneios
suguem os seios da saudade,
pois a única verdade,
está no que se pode viver...
Então, este seu jeito vivera sempre em seu peito,
e a ternura será sua única armadura,
pois o Amor se devora com a Alma, não com a dentadura.
E, ainda que a finitude alimente a angustia de não querer usar o ultimo terno,
o desejo de ser eterno é o que salva neste mundo.
E,o moribundo devaneio de ser salvo pelas mãos do destino que trouxe uma deusa platinada e loura, talvez seja mesmo o último desejo de um condenado à morte pela idade, apesar de todas as verdades.
Mas a deusa esta ausente e, seu Olimpo, parece abandonado e, o unico que se movimenta solitário, é um carvalho milenar que não se importa com quem passa pela porta, porque todos tem que passar por ele.
Amar então não é prometer ou jurar diante das cruzes, nem na frente de deuses, mas é acreditar no futuro e não se abandonar ao ouvir distante uma única voz, como se fosse a última, ou a derradeira.
Léo S.Bella
04/07/2010
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