Tania, as pessoas e as pipocas

Hoje, enquanto refletia um pouco sobre a vida e sobre o modo tão diverso com que as pessoas a encaram, lembrei-me de um texto que li há algum tempo atrás, no qual era feito um paralelo entre as pessoas e as pipocas.


O que pode ter a ver pessoas com pipocas?

Bem, as pipocas quando colocadas em um recipiente sobre o calor do fogo transformam-se, passando de grãos duros a macias flores brancas.

Essa transformação pela qual passam as pipocas assemelham-se à grande transformação pela qual devem passar as pessoas para que venham a ser o que devem ser; assim como a pipoca não é o que deve ser, pois ela deve ser aquilo no que se transforma depois do estouro. Milho pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho pipoca, para sempre.

As grandes transformações em nossa vida também são assim, acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo, fica a vida inteira do mesmo jeito. São pessoas que não evoluem, não crescem... só que elas não percebem. Pensam que está bom do jeito que são.

Mas de repente, sem nenhum aviso prévio, vem o fogo... O fogo é quando a vida nos envia uma situação que jamais imaginamos... Pode ser um fogo que venha de fora: perder alguém querido, se ver frente a uma doença grave, ficar sem emprego, perder os bens... Pode ser um fogo que venha de dentro: depressão, ansiedade, angústia, síndrome do pânico, problemas psicológicos que surgem sem que saibamos a causa... Podemos nos utilizar de remédio, isso funciona como um extintor apagando o fogo... É, sem fogo o sofrimento diminui, mas aí diminui também a possibilidade da grande transformação.

As pipocas dentro da panela são como as pessoas que sentindo esse fogo, cada vez mais quente, pensam que não vão agüentar, que vão morrer... Nem imaginam que destino diferente lhes aguarda depois do estouro... Nem imaginam a transformação que está sendo preparada.

As pessoas não sabem do que são capazes mas, então, pelo poder do fogo, vem a grande transformação, e a gente reaparece completamente diferente, como jamais poderíamos imaginar.

Pena que algumas pessoas, mesmo passando pelo fogo, se recusam a mudar, a crescer, a se melhorar, a perceber a felicidade nas pequenas coisas... e continuam como o milho que não estoura, que não se transforma na flor branca e macia... e continuam duras a vida inteira.


Escrito por Tânia Maclóvia


Léo S.Bella       20/01/2010