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As Asas do Condor


Durante muitos anos,o Condor se preparou para voar soberano pelos Ares, em todas as camadas; em todas as direções cobrindo longas distâncias, aproveitando para construir sua sabedoria...
Durante estas andanças, o mundo passou sob suas Asas e ele apenas observou, parecendo distante, porém utilizando-se de todos os seus sentidos apreciou cada detalhe em sua viagem .
Pela sabedoria,construída através dos tempos, tornou-se naturalmente conhecedor de todos os segredos...
Sob o que foi observado é que vamos falar...
Sejam muito bem vindos ..
O CONDOR....

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domingo, 12 de julho de 2009

Entre o que se sente e o que se pode sentir...

Entre o que se sente e o que se pode sentir...
Olá, Ana Luiza, deusa loira que reina absoluta... numa de suas mãos, um cetro de amor, na outra a sabedoria para comandar um exército de duas filhas e um marido... Eu sei que todas as batalhas você não vencerá, mas sei também que o importante pra você não é a vitória, mas estar sempre envolta de assuntos e motivos pra viver... e, viver, pra você, minha querida leoa dourada, não é mais do que exercitar a sabedoria que é latente em seu peito... mas, engana-se quem acha que sua voz não é tão forte e capaz de decidir... pois, como deusa, leoa, mãe, ou mulher... você é senhora de todas suas escolhas, e suas questões, não se limitam na esférica esfera de seu mundo...
Ana, ainda que o tempo passe, e todos os obstáculos não sejam ultrapassados, tenho pra mim, que sua luta já valeu a pena, apesar, das penas impostas pela vida à você e ao seu coração, você não se importou, nem se comportou como uma pessoa de capacidade limitada, mas, com as limitações de uma mulher, mostrou-se guerreira...
Talvez estas palavras falem sobre uma ou outra vida, tal qual a que conhecemos comumente, de um jovem que parte deixando parte de uma vida sem ser usada, como a parte da primeira estrofe, ou uma obra inacabada; tal qual uma quadra inacabada..., aliás, Michel, não deve tê-la acabado e nem publicado, porque pensava ele ter dentro de si sempre a oportunidade de poder modificar e mudar o seu próprio destino, a despeito do que a vida fora pra ele...
Lembrar que o seu primogênito foi perdido por sua prepotência, quando induziu com palavras sua mulher a seguí-lo em sua visita a seu pai, bem no meio da peste...
A perda de seu primogênito, de certa forma foi o que o obrigou a voltar-se para dentro de seu próprio espírito e lutar contra todos e sobreviver em todos aqueles que ele salvou...

Mas a estória começa aqui, minha querida Leoa dourada, então saber a veracidade não é importante, pois o importante é o que se pode sentir, viver a situação real, e saber que a qualquer momento este, poderá ser o momento... de tornar-se eterno...
O0o
Esta parece a mesma manhã, triste, enfadonha e cheia de saudades... Além do corpo dolorido e surrado pela insônia, os olhos vermelhos denunciam o pranto..., companheiro solitário de quem ficou de um lado da vida... sem saber que viver é preciso para que a morte não chegue como castigo...

Muitas vezes, o entardecer é quem denota o triste caminhar do ser, mas esta manhã, parecia ter tomado todos os lugares, de todos os sofrimentos, e se tornava o momento único, de um único lamento... de solidão; solidão irrompida na madrugada silenciosa quando o tumultuado movimento de mãos, gestos e aparelhos tentam inutilmente reanimar ou reavivar o filho vitimado pela velocidade...

Tão rápido, tão veloz... tão sem noção do amor que o cobria que decidiu arriscar a vida em busca da morte, apenas para desafiar e provar sua indestrutibilidade... e, nesta peleja para ser apenas destacado, ou visto, ou admirado, o Ego cego daquele filho se projeta com força em direção à Luz, que o receberá do outro lado da vida... sem saber que seus passos ainda dependerão dos que ficaram chorando sua partida prematura.

Tudo destruído... e a carcaça jaz fria sob uma lápide sem nome ainda...

Pai e Mãe, acusam-se na tentativa de se consolarem..., de fugirem da culpa que determina o fracasso..., de mostrarem suas qualidades individuais, enquanto o enterro já é passado...

Interessante futuro que se torna passado muito rapidamente... apesar das horas passarem muito vagarosamente... aquele que vivia e se lançava com vontade de conquistar o futuro, agora descansa no passado... e no passado viverão estes pais que, por não compreenderem o que significa amor e espiritualidade, acusar-se-ão pelo fracasso mútuo por toda a eternidade...

E, não há o que fazer... pois, até Deus que nada tem com isto foi xingado, maltratado e para não incomodar os que blasfemam, permanece calado em seu canto, apenas ouvindo, e aguardando o momento exato para amparar, pai e mãe... em nome do filho que já está em seus braços.

Mas, ao meio-dia de um dia qualquer, quando o sol a pino queima fortemente a areia branca de uma praia deserta, o tempo parece parado, mas, apenas, caminha preguiçosamente em direção ao fim do dia... enquanto largado na areia, inerte um corpo... e logo ao lado um galho e algumas palavras escritas que com a maré desaparecerão...

E, estas eram as palavras...

“Tu levastes meu filho, mas tens o teu, a teu lado...
Levastes minha alegria em um acidente,
Não, em uma batalha entre o bem e o mal...
Tu me destes uma oração pra sufocar minha dor,
Mas não consegui entender o teu amor...
Tu, destruístes a tua obra mais preciosa,
O filho que pari, cuidei e amei...
Por que Deus? por que?
Se querias meu sofrimento, bastaria ceifar minha vida, ou, então dar-me o caminho para o inferno...
Este teu amor que tanto preguei, é o ódio que me corroi agora... e, não existem palavras que sufoque esta dor que sinto em meu peito...
Por que, este amor que deveria gerar frutos e se eternizar pelos tempos, deixou minha vida em pedaços... por que? Por que tu não tiras tuas vestes de Criador e te vestes de Criatura e prova de teu veneno?...
Por que Deus, por que levar meu filho?"

Além, cunhado em uma pedra que todos os dias a maré alta lava, estava escrito...
“ Porque sou Deus, não escrevo na areia,
E a água que cobre o mar, alimenta, o homem, mas também mata quem não o respeita... e ninguém me perguntou por que...”


léo 12/07/2009

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