Exótica não é a Mente humana que produz pensamentos, como uma cachoeira produz espuma... Exótica são as espumas, e os pensamentos que insistem em borbulhar enquanto a morte não chega e não chega também o momento de tornar crível o próprio saber.
É um entrelaçar que sustenta a vida entre crises e destinos, entre lucidez e loucura, entre a sanidade atribuída e a real existente.
Há algum tempo estou parado junto da velha árvore com a desculpa de descansar um tiquinho antes de seguir caminhada. Na verdade estou questionando minha vida e meus pensamentos...
O Que é minha vida?
Os meus pensamentos são frutos de minha existência ou minha existência é o típico fruto de meus pensamentos?
Pode parecer uma dúvida sem sentido algum mas, na prática não é isto o que ocorre...
Minha montanha mágica parece sentir que a sobrevivência dela depende desta reflexão peculiar...
Existir é tão importante quanto pensar, refletir... ou seja exercitar o direito Natural, onde cada parte faz seu papel.
Ao corpo o que é do corpo, à Alma o que é da Alma...
Mas em muitos momentos a vida não se traduz apenas em corpo e alma, e sim em realidade e irrealidade onde a permissividade do ir e vir é contida e inexoravelmente combatida pelos que vivem, mas nada entendem de vida ou de viver.
Rótulos... rótulos que se prestam a identificar produtos na prateleira de um supermercado, mas que não se prestam para definir o que contém dentro de um ser humano.
Freud, Lacan, Foucalt... todos tem suas importâncias dentro do que vivem e do que exalam, porém deixam de ser importantes dentro da natureza humana, pois ainda que possam tentar traduzir a vida em páginas escritas, nunca conseguirão ir além do que lhes permitiu a vida humana.
Paradoxal, mas verdadeiro, pois o deus não pode ir além de sua criação também... assim foram todos os deuses que caminharam pelo Olimpo; assim foram os deuses que povoaram e guiaram todas as civilizações até hoje... muitas civilizações se exterminaram por si, e se acabaram dentro do que sabiam, não diante do que desconheciam.
Uma reflexão que a velha árvore parece reconhecer como verdadeira e justa em todos os sentidos, e até por isto chacoalha os longos galhos como se espreguiçasse a dormência de estar ali há séculos.
- Querido caminhante... meu querido e confuso amigo que se faz caminhar entre os que ousam esquecer que caminhar é preciso... Muitas palavras devem ser acrescentadas ao que você reflexiona... muitas palavras devem ser ditas ainda para que o ser vivente tome consciência de seu verdadeiro papel na natureza.
Aliás, todos tem um papel específico e peculiar à sua existência dentro do mundo que habita, então antes que você não conclua nada desta sua reflexão, tome por rumo o Norte... Sempre o Norte... Não importa o que aconteça, mas o norte é sempre o lugar em que se encontra terra firme... ainda que seja ela muito fria.
Mas o frio serve para refrigerar a crosta terrestre então serve para refrigerar e produzir novos pensamentos.
- Pois é velha senhora... suas palavras são muito profundas e é preciso muita atenção para interpretá-las e não cair no esquecimento do próprio caminho.
- Ninguém esquece o próprio caminho, Caminhante... Ainda que se mude de rumo... ainda que muitos anos passe, o caminho desviado sempre é lembrado... eu, que vivo enraizada nesta montanha, ainda guardo em minha memória como a minha semente veio parar aqui... e os caminhos que percorreu, até aqui...
Não se percorre caminhos em vão... nunca isto acontece... é preciso entender muito bem isto, caminhante, antes de achar que você passou pela vida e não aprendeu ou conquistou nada...
O Nada não é para ser conquistado e, sim para ser preenchido, mas não é obrigação sua apenas... e sim de todos... de todos os seres viventes, inclusive os da montanha mágica...
- Sabe, velha senhora, preciso de um abraço... talvez não um longo abraço, mas um abraço para me fazer sentir que outro coração bate fora de meu peito... e que este coração tenha toda vida à sua frente e, todas as dúvidas e certezas como eu...
Me aproximo da velha árvore e, abraço seu tronco enorme, e como num conto de magia, os enormes galhos se dobram e me apertam junto ao imenso tronco...
Não sei por quanto tempo fiquei ali... afinal o tempo é relativo ao espaço por onde a mente caminha então sei dizer apenas que foi quase uma eternidade...
Pude sentir naquele abraço a cumplicidade... a cumplicidade de ser um Ser Natural e vivente com tantos direitos quanto uma velha árvore... ela apesar de seu tamanho gigantesco se curvou para me abraçar e, me amparar, num momento de suma importância...
Talvez este questionamento não tenha a mínima importância para alguém, mas foi um momento muito importante para mim... Pude sentir que há vida além do que posso ver e sentir... pude ver a vida de uma forma diferente, mas real... e naquele momento eu pude sentir a seiva correndo dentro da velha árvore como se fossem veias e nelas corressem sangue, como as veias que percorrem meu corpo por inteiro... me senti vivo naquele abraço... me senti mais vivo quando desci minha montanha lembrando como sou tão querido por quem me abraça...
Léo S.Bella
25/05/2011
É um entrelaçar que sustenta a vida entre crises e destinos, entre lucidez e loucura, entre a sanidade atribuída e a real existente.
Há algum tempo estou parado junto da velha árvore com a desculpa de descansar um tiquinho antes de seguir caminhada. Na verdade estou questionando minha vida e meus pensamentos...
O Que é minha vida?
Os meus pensamentos são frutos de minha existência ou minha existência é o típico fruto de meus pensamentos?
Pode parecer uma dúvida sem sentido algum mas, na prática não é isto o que ocorre...
Minha montanha mágica parece sentir que a sobrevivência dela depende desta reflexão peculiar...
Existir é tão importante quanto pensar, refletir... ou seja exercitar o direito Natural, onde cada parte faz seu papel.
Ao corpo o que é do corpo, à Alma o que é da Alma...
Mas em muitos momentos a vida não se traduz apenas em corpo e alma, e sim em realidade e irrealidade onde a permissividade do ir e vir é contida e inexoravelmente combatida pelos que vivem, mas nada entendem de vida ou de viver.
Rótulos... rótulos que se prestam a identificar produtos na prateleira de um supermercado, mas que não se prestam para definir o que contém dentro de um ser humano.
Freud, Lacan, Foucalt... todos tem suas importâncias dentro do que vivem e do que exalam, porém deixam de ser importantes dentro da natureza humana, pois ainda que possam tentar traduzir a vida em páginas escritas, nunca conseguirão ir além do que lhes permitiu a vida humana.
Paradoxal, mas verdadeiro, pois o deus não pode ir além de sua criação também... assim foram todos os deuses que caminharam pelo Olimpo; assim foram os deuses que povoaram e guiaram todas as civilizações até hoje... muitas civilizações se exterminaram por si, e se acabaram dentro do que sabiam, não diante do que desconheciam.
Uma reflexão que a velha árvore parece reconhecer como verdadeira e justa em todos os sentidos, e até por isto chacoalha os longos galhos como se espreguiçasse a dormência de estar ali há séculos.
- Querido caminhante... meu querido e confuso amigo que se faz caminhar entre os que ousam esquecer que caminhar é preciso... Muitas palavras devem ser acrescentadas ao que você reflexiona... muitas palavras devem ser ditas ainda para que o ser vivente tome consciência de seu verdadeiro papel na natureza.
Aliás, todos tem um papel específico e peculiar à sua existência dentro do mundo que habita, então antes que você não conclua nada desta sua reflexão, tome por rumo o Norte... Sempre o Norte... Não importa o que aconteça, mas o norte é sempre o lugar em que se encontra terra firme... ainda que seja ela muito fria.
Mas o frio serve para refrigerar a crosta terrestre então serve para refrigerar e produzir novos pensamentos.
- Pois é velha senhora... suas palavras são muito profundas e é preciso muita atenção para interpretá-las e não cair no esquecimento do próprio caminho.
- Ninguém esquece o próprio caminho, Caminhante... Ainda que se mude de rumo... ainda que muitos anos passe, o caminho desviado sempre é lembrado... eu, que vivo enraizada nesta montanha, ainda guardo em minha memória como a minha semente veio parar aqui... e os caminhos que percorreu, até aqui...
Não se percorre caminhos em vão... nunca isto acontece... é preciso entender muito bem isto, caminhante, antes de achar que você passou pela vida e não aprendeu ou conquistou nada...
O Nada não é para ser conquistado e, sim para ser preenchido, mas não é obrigação sua apenas... e sim de todos... de todos os seres viventes, inclusive os da montanha mágica...
- Sabe, velha senhora, preciso de um abraço... talvez não um longo abraço, mas um abraço para me fazer sentir que outro coração bate fora de meu peito... e que este coração tenha toda vida à sua frente e, todas as dúvidas e certezas como eu...
Me aproximo da velha árvore e, abraço seu tronco enorme, e como num conto de magia, os enormes galhos se dobram e me apertam junto ao imenso tronco...
Não sei por quanto tempo fiquei ali... afinal o tempo é relativo ao espaço por onde a mente caminha então sei dizer apenas que foi quase uma eternidade...
Pude sentir naquele abraço a cumplicidade... a cumplicidade de ser um Ser Natural e vivente com tantos direitos quanto uma velha árvore... ela apesar de seu tamanho gigantesco se curvou para me abraçar e, me amparar, num momento de suma importância...
Talvez este questionamento não tenha a mínima importância para alguém, mas foi um momento muito importante para mim... Pude sentir que há vida além do que posso ver e sentir... pude ver a vida de uma forma diferente, mas real... e naquele momento eu pude sentir a seiva correndo dentro da velha árvore como se fossem veias e nelas corressem sangue, como as veias que percorrem meu corpo por inteiro... me senti vivo naquele abraço... me senti mais vivo quando desci minha montanha lembrando como sou tão querido por quem me abraça...
Léo S.Bella
25/05/2011
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