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As Asas do Condor


Durante muitos anos,o Condor se preparou para voar soberano pelos Ares, em todas as camadas; em todas as direções cobrindo longas distâncias, aproveitando para construir sua sabedoria...
Durante estas andanças, o mundo passou sob suas Asas e ele apenas observou, parecendo distante, porém utilizando-se de todos os seus sentidos apreciou cada detalhe em sua viagem .
Pela sabedoria,construída através dos tempos, tornou-se naturalmente conhecedor de todos os segredos...
Sob o que foi observado é que vamos falar...
Sejam muito bem vindos ..
O CONDOR....

contador


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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

As cores do castigo

Para cada Ação , uma reação. Este é principio básico das coisas que regem a natureza, portanto não se trata apenas da manifestação da genialidade de Eistein, ou de uma observação detalhada da natureza, mas de uma regra, básica onde tudo se confronta e se iguala , se produz e se anula.
Enquanto a raciocínio ocorre transformando minha mente em uma usina de prováveis idéias, caminho tranqüila e mansamente pela passagem norte de minha montanha, numa caminhada cuidadosa pela estreita trilha que margeia o desfiladeiro.Qualquer descuido pode ser fatal, pois a queda seria de uma altura superior a 50 metros.
\Mas, não é hora de pensar no perigo que a caminhada representa, nem no frio e na chuva que é impiedosamente bela, pelo que provoca .
Reclamar, do frio, da chuva, do sol, ou do vento faz parte do dicionário de todas as pessoas e talvez este seja um momento que as leve em direção à uma reflexão, onde a razão possa ser confrontada com a irrealidade do que se vive dentro da alma .
O que se vive dentro do peito é apenas sentimentos . Uma forma abstrata de viver o mundo e, isto invariavelmente provoca muitas questões que nem sempre podem ser resolvidas. Porém a resolução desta situação não é importante para a vida, pois de alguma maneira a vida há de se passar abstratamente pelas pessoas e, de uma forma inversa , as pessoas passa fisicamente pela vida.
Então desta forma a ação e reação se demonstra assim.
A chuva aumenta agora. Meu rosto está molhado da chuva fria e, apesar de estar preparado com blusas e capa sinto o frio, e com ele a dificuldade de caminhar pela trilha encharcada e escorregadia. Num trecho da trilha uma enxurrada forte destrói a vegetação arrancando pequenos arbustos e, levando pequenos animais. No meio da aguaça,uma cobra vai sendo levada montanha abaixo . Não é uma cobra pequena, deve medir aproximadamente um metro e meio, e apesar de ser forte, é frágil diante do enxurro e luta pela sobrevivência com as forças que tem.
Quase instintivamente, e sem pensar muito nas conseqüências estendo minhas mãos e a seguro pelo meio do corpo e a puxo salvando das águas selvagens que descem a montanha velozmente.
Sem perceber, continuo segurando a cobra enquanto caminho montanha acima e ela parece não se importar muito com isto, pois sequer se mexe. Penso que e.a deve estar morta, porque esta gelada. Mas ao mesmo tempo me censuro dizendo mas as cobras são geladas mesmo.
A chuva não dá trégua então perto de um arbusto e alguma pedras, coloco a cobra para que ela possa fi ar protegida enquanto a chuva não passa. Ela parece muito mal mesmo e se mexe muito vagarosamente até formar uma rodilha.
Devo seguir e, sem olhar para trás continuo a subida da montanha agora quase no topo, onde o frio é mais intenso, a chuva mais pesada e o vento mais forte.
Estou no alto da montanha e me aproximo do meu rancho, esperando ter lenha seca para acender o fogão à lenha.
Acendo o fogão, preparo um café quentinho,e, enquanto bebo, saboreando cada gole, procuro em minha papelada os nomes dos Anjos eu devo contatar.
É um dia atípico, porque geralmente as chuvas na montanha são mais intensas no verão e, raramente chove copiosamente e faz frio ao mesmo tempo.
Cai uma folha de papel e corre pelo chão da cabana.Por duas ou três vezes tento pega-lo e ele escapa, mas não desisto e consigo segura-lo antes que ele seja queimado.
Acho estranho, porque não tem vento dentro da cabana e o pequeno pedaço de papel cai no chão e sobe voando para a boca do fogão à lenha, em direção ao braseiro. E nele esta escrito um nome ...
Então alguém bate na porta do rancho.
A chuva la fora é intensa e, parece que não vai amenizar tão cedo. Abro a porta e uma mulher me cumprimenta.
-Olá Caminhante, há muito que o vejo nesta montanha, caminhando sempre em busca de conhecer e preservar a natureza, sempre levando noticias auspiciosas para os corações aflitos de Mães e Filhos e agora chegou a oportunidade de me aproximar e poder conversar com você. Venho de muito longe, de um lugar muito mais longe do que sua capacidade de compreensão possa saber, porém, o importante é o que eu trago em minha bagagem. É uma carta que deverá ser entregue no destino para que muitos corações possam ser apaziguados , abrandados e serenados. É uma carta para mães, irmãos, e filhos. Porém não é uma carta qualquer, é uma carta que servirá para curar feridas abertas pelas relações intensas entre as pessoas. É uma carta meu amigo , onde se pode ver as cores da vida .
Então começo a ler as primeiras linhas.
“Acoimo, aponto, delato e denuncio a todos os que puderem ter acesso a esta leitura que o maior inimigo dentro do homem é o próprio espírito que rebelde não entende nem quer entender que a vida é feita de múltiplas formas de entendimento. E, que estes entendimentos por mais diversos e conflitantes que possam parecer vivem sempre dentro de um único espaço, como se fossem, ação e reação.”
Assim começava o bilhete. Enquanto eu procurava uma iluminação melhor para ler o bilhete, a mulher misteriosamente desaparece sem fazer nenhum barulho, nem rastro no chão dando a impressão de que nunca estivesse aparecido por ali.
Olhei pelo chão porque pelo menos alguns passos molhados ela deveria ter deixado, mas não achei nada.
Acendi o velho lampião para melhorar a visibilidade dentro do rancho e e acomodei em uma cadeira tosca para continuar a litura daquele pequeno papel.
O interessante é que minha reflexão se dava exatamente sobre ação e reação e, isto me deixava mais curioso ainda para saber se aquilo não era uma ensaboadela , ou uma reprimenda da mulher para minhas reflexões. Estou caminhando por esta montanha há muitos anos e já vi e ouvi de tudo de ralhos e censuras, até elogios então estou sempre pronto para receber de tudo. Pois para minha vida o que importa é o que eu posso viver e não apenas sentir.
Tomo uma caneca de café quentinho e sorvendo gole a gole, como se pudesse sentir até o gosto da terra onde foi plantado o café, eu me envolvo na leitura do texto e não percebo que o tempo para que eu possa ler e, quando percebo meu rancho é transformado num imenso são onde estão acomodados centenas de pessoas de todas as idades, todas silenciosas como se estivesse ávidas para ouvir a leitura .
Olho em volta e me recomponho, tomo o que sobrou do cafezinho num último gole e pigarreio.
-Bom... é.... bo-boa tarde a todos ... e grato pela visita.
-Vamos caminhante não nos faça perder tempo com este seu jeito de tentar disfarçar, e leia logo este pedaço de papel. Estamos todos os aqui exatamente para ouvir o que ele quer dizer.
-Desculpem , mas é que fui pego de surpresa e nem sei o que dizer então estava tentando me recompor para poder falar alguma coisa, mas se é por causa do bilhete que vocês estão aqui, então eu posso iniciar a leitura.
- Sim por favor, leia, mas em voz alta para que todos possam ouvir.Afinal estas palavras tem muito a dizer a todos nós que vivemos nesta montanha e fazemos parte da natureza. – diz uma voz vinda da multidão .
Sabe, sempre tem alguém liderando uma situação. Parece que o inconsciente coletivo não age nunca sozinho. Isto me faz pensar que um “orbe”! pode ser um astro, um planeta, um satélite, um mundo e, não necessariamente a Lua do nosso sistema solar. E, que um líder pode ser qualquer pessoa que através de uma ação provoque uma reação. Uma comparação estranha e talvez sem sentido mas a única que pude achar para o momento.
-Adiante , Caminhante, comece logo a leitura ...porque senão podemos morrer de tanto esperar.
E caíram todos numa estrondosa gargalhada.
Eu sem entender bem a graça resolvo perguntar, por que/
E mais risada, em todos os cantos e o salão parecia não tem mais fim de tanto que ficara grande aquilo,. Eu não havia percebido que a cada palavra o salão ficava maior e mais pessoas estavam lá .
-Ora Caminhante, somos todos partes de uma vida diferente, extra-sensorial, então a morte não tem significado em nossas vidas, não é mais que uma porta que se fechou, após termos chegado aqui.
-Então todos vocês na verdade estão mortos? Pergunto pra poder me situar.
-Não é bem assim, entenda que somos parte do imaginário e vivemos a essência do espírito onde o que importa é o que realmente vivemos e não o eu gostaríamos de poder viver.
A dissociação , ou seja a separação matéria do espírito é um momento único então ela se dá numa passagem e daí pra frente toda nossa vida se concentra no que podemos realmente viver pela essência, então sem ter o corpo físico para atrapalhar podemos viver a verossimilhança do que fomos criados. Mas é muito confuso para\ explicar a você então leia logo este bilhete.
-Mas e as religiões?
-Ora caminhante, religiões são coisas dos homens, afinal todos vão para o mesmo lugar e obrigatoriamente seguir o mesmo caminho, o que difere são as dificuldades atribuídas à cada Alma. Vamos meu rapaz leia logo isto. Está me dando nos nervos.
Aquele silencio que havia no inicio já não existe mais, agora um murmúrio intenso provocado por milhares de vozes. Eu posso sentir a tensão que começa existir dentro daquele salão. O murmúrio é intenso e denota que existe algo em comum entre todos os que estão presentes. Não existem conflitos, mas um forte anseio ou vontade de saber o que está escrito no bilhete.
Abro o bilhete e procuro entender o que está acontecendo , porque no papel não existe nada escrito. E o que havia escrito se apagou., Como e porque foi apagado eu não consigo entender.
Pego o papel e coloco junto ao candeeiro para poder tentar ver alguma coisa e começam a aparecer as primeiras letras, algumas palavras e logo a primeira frase. Então posso continuar a leitura a partir do lugar onde parei.
“As aspirações e o bel-prazer, sempre caminham paralelo com o desejo. O desejo entretanto é a grande chave para que o homem caminhe diante de sua evolução.Sem desejo nada é possível em seu mundo materialista, ainda que o desejo seja impalpável, ou abstrato, ele não pertence ao mundo espiritual. O desejo entretanto é o que move o espírito em direção ao próprio momento de crescer e se tornar forte o suficiente para somar-se aos outros e frágil o necessário apenas para fazer parte do “todo”.
Todos são iguais, absolutamente todos, entretanto enquanto os homens se destacam pelas suas qualidades que vivem ocultas dentro de si, os espíritos destacam-se pelos que podem mostrar e viver.
Desta forma as palavras a seguir não descrevem os sentimentos que uma Mãe deva mostrar a todos, mas sim, o conteúdo que existe dentro de seu peito, sendo o alimento de sua Alma.
Um filho que jamais retornará ao Lar, porque foi covardemente assassinado por outro filho de alguém não é problema apenas de uma Mãe, mas sim de todas as Mães e de todas as pessoas que vivem a necessidade de crescer para viver a eternidade. A vida Material pode ser insignificante diante da vida espiritual, mas esta compreensão depende de aprendizado e de muita disciplina e amor ao próximo, para que a vida possa ser vista colorida realmente e não vista apenas pela forma de colorizar ou determinar o castigo, enquanto todo o resto passa sem que se sinta parte da natureza.
NEM SEMPRE TODOS OS MOMENTOS DA VIDA SÃO COLORIDOS. Aliás, as cores são formas de sentir e avaliar o que vivemos, então é importante entender que colori a vida é uma tarefa muito difícil, porém castigar , ou colorir os castigos é o que há de mais fácil neste mundo.
Muitos filhos inda serão subtraídos de suas mães, pela violência que colore o mundo em todos os lugares e cantos, mas, é importante que todos entendam eu esta violência não tem endereço certo, mas atinge a todos os seres vivente, e que este seja um alerta para que o homem possa iniciar sua preparação para a vida espiritual.
Não se deixem levar pelas dores da ausência e não aceitem a indiferença, para se fazerem indiferentes ao que acontece com seu semelhante, porque haverá o dia em que tudo poderá estar acontecendo dentro de sua própria casa , com seu próprio filho.”
Todas as vozes se levantam e em coro, gritam estremecendo a montanha.
Não é importante o que foi gritado, e sim a uniformidade e cumplicidade com que foi gritado.
Todas as vozes tem poder quando soam uníssonas, porque sempre com sua ação coletiva, provocam um reação .
E, neste meu caminhar pela montanha sei que isto é uma grande verdade natural e, que as Mães devem se solidarizar antes de perderem seus filhos para a violência, porque depois , apenas poderão orar.
Léo

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