Celso de Almeida e Rosana Madjarof. Ao invés de aprender com eles, não os ouviram, questionar muitas vezes não é sabedoria

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“Das voltas que o mundo dá, poucas são as voltas que são provocadas por você, mas o mundo pra dar todas as suas voltas também precisa de você, ainda que você ache que não precisa dele.” (Léo)




Falar sobre a vida após a morte, é como desfiar um fio de cabelo em mil... é muito delicado e as nuances sutis de cada palavra se tornam muitas vezes a única identidade, numa psicografia.

As emoções são os olhos necessários para poder entender a passagem e o outro lado da vida. Sem as emoções nada faz sentido ou tem praticidade para esta vida, porém, tudo o que pertence ao homem, pertence ao universo que ele vive e de uma forma ampla e clara faz parte de sua vida, de sua mente e de sua morte.

A Mãe sempre reconhece o filho, de alguma maneira... porém, logo ao nascer pode ser enganada com facilidade sem suspeitar nada, a respeito de uma troca de bebês. Desta forma, é preciso crer que mais importante do que o ato de dar à luz é a criação do filho... Assim, a Mãe se envolve de corpo e Alma; De corpo durante a gestação e de Alma durante a vida propriamente dita.

Ouço todos os tipos de Mães, porém, para mim as vejo apenas como Mães, que tem todo o direito de lutar, defender ou atacar seus filhos, porque afinal são elas quem os cria. Se criam bem ou mal, não é problema meu, até porque são Mães e supõe-se que saibam o que estão fazendo diante de um dom divino que é a maternidade.

Muitos me cobram uma postura diante da espiritualidade se sigo os ensinamentos de Kardec, e que tipo de médium sou. Respondo não sou médium, não sou seguidor de Kardec, ou de sua doutrina, então me sinto livre para seguir minhas convicções e meu destino sem ter que me desmanchar em explicações.

Mas uma coisa afirmo categoricamente, muitas das Mães que ouço, muitas das pessoas que atendo, muitos dos que me procuram, procuram apenas para obterem respostas, ou mesmo para tentarem resgatarem a si mesmas, do buraco sem fundo, que aparece com a perda de um filho.

Mas a vida não se resume em procurar respostas, para o que não sabe, mas sim ter que dar respostas sobre o que se sabe e assim durante estes anos todos eu aprendi que poucas pessoas querem responder, ou tem a capacidade de responder... enquanto muitas querem saber por saber.

Conheço Mães maravilhosas que são cúmplices de seus amores incondicionais durante a vida e outras que sequer nunca trocaram uma fralda. Então entre o sim e o não, entre o fim e o começo, entre as que são Mães realmente e as que se acham Mães, a única opinião que emito é... "conheçam-se; conheçam seus filhos para poderem se conhecerem, porque aos olhos deles poderão ser reconhecidas ou rejeitadas".

Minhas palavras não tem o condão de serem mais que efemérides nas vidas de muitas Mães. Afinal, eu não as consolo, eu as amparo e dou condições para se entenderem primeiramente antes de procurarem entender o que não podem ver, sentir ou tocar.

A vida é muito difícil e complicada porque é preciso entender que a sutileza e as nuances é que fazem a grande diferença, e, não a violência ou a força bruta. É preciso muita sabedoria para viver e fazer viver pois um gesto de proteção pode desencadear uma guerra.

Tudo isto demonstra quanto o Amor Fraterno é indispensável e o quanto ele é importante dentro da vida. Aliás ele é mais importante para os seres humanos do que para a própria vida, porque de qualquer forma a vida se processa em direção à evolução, porém o homem, sempre tem que lutar contra sua tendência destrutiva e, isto, o leva muitas vezes a atentar contra a própria vida.

Todo este vaguear nas palavras tem um motivo, ou, talvez um propósito (melhor dizendo).

Todas as pessoas tem uma cadeia de DNA, porém são diferentes geneticamente, às vezes por uma mudança imperceptível em um gen, mas são diferentes entre si, portanto todas tem seus medos, seus deuses, seus demônios, seus fantasmas, suas fraquezas e, isto é que faz com que a plenitude da vida se manifeste em milhares de formas diferentes.

Então, não me cabe julgar ou buscar razão ou não sobre a vida até porque sou responsável por minhas escolhas e pelas questões que elas implicaram, e meus passos sempre seguem em direção ao futuro e ao dia seguinte, nunca para servir de entrave ao auto conhecimento.

Conhecer a si em primeiro plano, diminui sensivelmente o trabalho para o entendimento de como é a presença de Deus, dentro de nós. Este entendimento é a grande chave que abre as portas do Amor Universal e Fraterno.

Não é preciso pregar um evangelho, ou palavras bíblicas, ou doutrinárias para se ter a certeza de que a vida é o bem mais precioso que podemos ter e, os filhos são os que nos atrelam à ela.

Ontem assisti a apresentação do médium Celso num programa de TV. Foram desfiadas muitas declarações de admiração (o que acho muito justo porque ele caminha sempre para fazer o bem) à ele para em seguida deixá-lo de frente com pessoas de doutrinas diferentes, usando os microfones para indiretamente atingí-lo.

Não conheço Celso de Almeida, mas sei que ele não responderia atacando porque isto não faz parte da doutrina que segue, mas achei de mau gosto a forma sensacionalista como ele foi jogado na arena. “Os Leões” nunca o devorariam, mas seriam consolados e acalmados por ele...

Foi perdida uma grande oportunidade, por parte do Programa de poderem transmitir ao grande público, os conhecimentos do médium, pois, mais importantes do que as psicografias que ele escreve, são os conceitos de vida e a vivência que teve junto de Chico, a quem chamou de professor.

De qualquer forma o Programa deveria apenas apresentar Celso e seu trabalho, Rosana e suas glórias de ter sido Mãe de Tati..., pra falar a verdade eu não gostei de vê-los expostos daquela maneira; primeiramente foram enaltecidos e depois colocada suas credibilidades em jogo.

Desculpem, mas não aceito isto, não sou seguidor da linha de Kardec, repeti isto milhares de vezes durante minha vida, mas as coisas não podem serem debatidas desta forma: quando muito se consegue, é confundir as coisas e exaltar os ânimos entre os patronos de cada cultura...

Coisas de Kardec devem ser estudadas e debatidas entre kardexistas, ou apenas pregadas livremente sem contestação, porque para contestar estes assuntos, às vezes um único aspecto pode demorar a vida inteira.

Hoje quando se fala de Kardec, fala-se de Uberaba, de Chico, de Minas Gerais, de espíritos, de tanta coisa que é impossível num programa de televisão, ser apresentada como debate. Todos perdem com isto.

Estou chateado, magoado, entristecido, porque acho que Rosana não merecia ser questionada daquela maneira, ainda mais, com a Rosa, sua Mãe, presente e, sem ter o direito sequer de abrir a boca, a respeito das perdas que teve na vida.

Apesar da diferença que existe entre o meu trabalho e o de Celso, quero deixar claramente minha posição diante das perguntas das pessoas que me conhecem.

Todos perderam e todos perdem quando se pretende debater espiritualidade, pois o que deve ser vivido pelas emoções e pelas sensações, não pode ser analisado pela razão, cada qual focando apenas o seu conhecimento, ou tendo visão unilateral do problema.


Léo S.Bella    27/04/2010