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As Asas do Condor


Durante muitos anos,o Condor se preparou para voar soberano pelos Ares, em todas as camadas; em todas as direções cobrindo longas distâncias, aproveitando para construir sua sabedoria...
Durante estas andanças, o mundo passou sob suas Asas e ele apenas observou, parecendo distante, porém utilizando-se de todos os seus sentidos apreciou cada detalhe em sua viagem .
Pela sabedoria,construída através dos tempos, tornou-se naturalmente conhecedor de todos os segredos...
Sob o que foi observado é que vamos falar...
Sejam muito bem vindos ..
O CONDOR....

contador


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quinta-feira, 6 de agosto de 2009

O prego com duas cabeças



Uma questão filosófica e apocalíptica, sobre o prego com duas cabeças, ou o Despeito – de qualquer maneira um pleonasmo- Despeito: respeito fora do peito de quem não sabe que não se guardam palavras, mas idéias e pensamentos, daí, ouvem pela razão e comem com os olhos, enquanto a boca só fala... mendigando o raciocínio, banalizando o sacro, mistificando a mentira, tornando a ira, sua única mira... Colhe as palavras pelos cantos da boca: odisséia louca em refugiar-se de quem não conhece, apresentando-se sempre diferente ao conhecido. Evolução de uma idéia que não evolui um pensamento abstrato cujo retrato não retrata, maltrata... Coberta rota, puída, e maltrapilha que se veste, em busca de sustentar o que nunca se tentou sustentar... Língua bipartida como a da serpente que esguia, o0o0o se esgueira em sua cegueira silenciosa, lambendo o ar, sentindo o prazer do gosto da vítima, antes que esta seja vitimada...
Libido lambida, onde o falo pode ser um talo de couve, pois sem saber do que ouve, jamais será ouvida, a menos que grite... E, gritar não remove a tranca, tampouco arranca do peito a incontida angústia que se degusta o analista... Augusta forma de entender sem querer compreender nada além do que lhe basta a idéia besta do bastardo que por si só basta... Sheakespeare que despeitado pela própria existência insistia apenas em existir até a morte... Antes do que julgava ser e na dúvida de não ser, matava os que amam em agonia e sua compreensão do ser amado agonizava entre o ser e não ser e uma questão para entender que quem de amor não morre, vegeta enquanto vive, a despeito de se sentir vivo...
Enquanto o homem imaginar poder sempre ter duas possibilidades: uma a razão e outra o coração, não existirão pregos com duas cabeças.
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Agora, falando mais franca do que mente, enquanto eu andava pelos cantos de uma vida extraordinária que me permite conversar com as corujas, fiquei observando as reclamações de um grilo caolho que fora despejado de sua toca por uma cigarra careca, bigoduda e complexada porque era vizinha de uma tanajura que vivia rebolando o dia inteiro... (na verdade as cigarras sofrem do mal de Parckinson, por isso elas tremem tanto e as tanajura são fiéis da seita "o que abunda não prejudica”).
A coruja muito astuta e antenada em sua época um verdadeiro dealer (negociador), ouviu atentamente a estória do grilo e pediu-lhe que voltasse mais tarde porque ela iria fazer um balanço de toda a situação antes de dizer qual o melhor caminho a seguir.
Voou pra um outro galho próximo de onde se encontrava uma mariposa tomando sol e disse:
- Olá Mari como vai? Faz tempo que não a vejo em plena luz do dia!!!
- Pois é, coruja Anastácia, a vida noturna está um tanto difícil e resolvi passar um dia inteiro tomando sol pra ver se esqueço um pouco da vida, pois estou tão apaixonada não estou sendo correspondida...
- Mas você está apaixonada por quem? – pergunta a coruja.
- Pelo Robson morcego... mas ele nem me vê... e me esnoba ainda...
- Não há de ser nada, minha filha – diz a coruja.
- Eu sei como fazer um trabalho espiritual para morcego ficar apaixonado, e olhe é infalível, aprendi com uma mãe de santo lá de Salvador e, acredite é infalível... só tem um pequeno problema... vou precisar de algumas coisinhas pra fazer este trabalho...
- Pois pode dizer coruja Anastácia, que eu consigo qualquer coisa pra este trabalho ser feito... desde que ele se apaixone por mim...
- Ora querida não se preocupe, ele ficará tão apaixonado que é bem provável que você morra de amor...
- Então diga, coruja Anastácia, diga do que precisas?
- Bom, eu preciso de sete minhocas bem gordinhas que é pra fazer a oferenda, isto durante sete dias, e que você dê um recado para o sapo Antenor: que a cigarra Claudete está morando na antiga casa do grilo Roberval e que esta noite ela vai cantar durante 24 horas sem parar...
- Mas coruja Anastácia, o sapo Antenor é temperamental demais, ele se acha o melhor cantor, se eu falar uma coisa dessas ele vai enlouquecer...
- Pois é minha querida - diz a coruja - não posso fazer nada, ela quer que ele saiba disso...
Dito isso a coruja volta para seu galho e com aquela carinha de bicho burro, fica mexendo a cabeça de lá pra cá, só observando o movimento...
O NEGOCIADOR é aquele que transforma a incapacidade dos outros em sua própria capacidade. Horas depois aparece o grilo caolho e pergunta:
- E aí, Dona coruja? O que devo fazer?...
- Olha Roberval, conversei com ela e ela me disse que se muda da toca se você aceitar pagá-la com sete minhocas durante sete dias, é pegar ou largar...
O grilo caolho coça a cabeça e depois de pensar um pouco ele diz:
- Tá bom eu aceito...
- Mas, diz a coruja, como meus honorários você deve dar um recado ao Robson morcego.
Diga-lhe que a Mari mariposa a partir da próxima lua estará com o sangue fervendo por ele.
O grilo então segue em direção ao galho de Robson e lhe dá o recado... enquanto o morcego apenas pensa. "E então semana que vem tenho sangue fresquinho e de graça, mas vale a pena pagar sete minhocas."
Como na natureza e no mercado financeiro a desgraça de uns é a felicidade de outros a vida da floresta em nome do equilíbrio ecológico continuou sua normalidade.
O sapo comeu a cigarra e tornou-se o melhor cantor noturno; o grilo voltou para sua casa; o morcego chupou todo o sangue da mariposa e a coruja tá comendo minhoca até agora, às custas das ambições alheias...
Diálogo do dia seguinte:
- Aonde você vai com sete minhocas grilo caolho?
- Eu vou levá-las para a coruja Anastácia... e você?
- Eu também... ela é poderosa não é?
- Se é... - diz o grilo - e muito honesta...
HONESTIDADE: antes de ser um conceito, um valor moral estribado sobre conhecimentos adquiridos.
DITADO CAIPIRA: cela nova cavalo bão, chincha frouxa peão vai pro chão...

Leo 06/08/2009

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