Enquanto se busca conforto, segurança, bem estar e uma vida material abastada, se esquece do que é fundamental para a sustentação do Ser em seu meio e sua vida... ou seja, a “leveza do ser”...
O que vem a ser a "leveza do Ser"...?
Ainda ontem, uma querida amiga me disse “tô sentindo aquela coisa fantástica, que há tempo não sentia tão forte... um sentimento de plenitude, de conexão total com o universo... um amor imenso”... esta seria uma boa definição do que é a leveza do ser...
É muito provável que poucas pessoas se atenham à definição e que menos pessoas ainda se preocupem em fazer com que a definição das palavras seja sentida e vivida.
Se você pensar em termos de mundo moderno não há muito porque tentar difundir esta idéia que na verdade é uma forma de viver, até porque tudo está se tornando muito racional e, durante os primeiros 40 anos de vida dificilmente algum mortal interessar-se–á por viver esta experiência, se não houver perdido algum ser amado ou querido...
Viver e estar bem, são coisas que pertencem à ordem interior das pessoas, ou seja, são experimentos vividos pela parte espiritualizada do homem, e todas as sensações e sentimentos advindos desta forma de viver é que sustentam as idéias e tudo o que não for paupável...
Então a “leveza do Ser“ somente importa a quem puder sentir e conhecer a importância de estar bem consigo mesmo... Mais do que algo subjetivo é um estado de espírito onde todas as ondas energéticas se harmonizam e dão amplitude e significado à vida do Homem...
Porém, não é algo que se consiga graciosamente; tampouco uma coisa que dure a vida inteira sem algum trabalho...
É importante entender que tudo o que se faz para poder viver é o que compõe os múltiplos estágios da formação da “leveza do Ser”... e, que sem trabalho não se consegue nada...
Para conquistar o benefício de viver plenamente a “leveza do Ser” é preciso mais do que vontade é preciso superar muitos obstáculos que aparecem durante sua caminhada pela vida e, um dos mais difíceis é a perda de um ente querido.
A perda sempre é traumática, não importa qual seja e tampouco como se dê... com isto eu quero dizer que sempre deixam marcas as mortes de parentes, pais, filhos e irmãos... mas depende da forma de cada ser Vivente encarar com coragem e verdade sua vida...
Tenho muitos anos de estrada e caminhada entre os mistérios da vida e meus passos estão marcados profundamente pelos lugares que caminhei e, sei muito bem como as pessoas podem se tornarem convenientes e se esconderem e até eximirem-se de culpa se escondendo atrás de nomes fantasiosos e adjetivos...
Veja, uma Mãe chora pelo filho que morreu e se acha vítima da fúria divina ou até não merecedora de uma desgraça... primeiro porque todos os filhos que morrem aos olhos das mães são anjos e não mereciam ter este fim, segundo porque elas acham que não merecem tal castigo e daí por diante; mas eu pergunto: somente morrem filhos bons? impolutos? que nunca se arriscaram nas bebidas, nas drogas, nas violências?
Acho que está na hora de falar mais seriamente, e menos hipocritamente... está na hora de encarar de frente cada destino para que se possa entender o que é vida e como se faz para viver sem que determinados males não sejam incrementados pela própria vida... Muitas mães, não se tornam indignadas e inconformadas com seus filhos porque eles bebem, fumam, se drogam, se prostituem ou participam de atos de selvageria ou violência... Se eles chegam em casa no fim do dia, está tudo bem, mas se não chegam, a fúria destas Mães se insurge contra Deus e contra tudo...
E, o pior, choram lágrimas de crocodilo por todos os cantos da vida dizendo que seus filhos anjos foram consumidos pelo mal da sociedade...
Eu entendo isto como ausência total das Mães, mas elas sempre terão desculpas para seus atos, até porque em suas cegueiras natural de Mães, nunca vêem os defeitos de seus lindos filhos...
Hipocrisia, pura hipocrisia!!!! Achar que têm razão porque perderam seus filhos... achar que mereçam o perdão porque seus filhos partiram pela morte, ocasionada pela violência ou pelos vícios...
Existe sim, uma grande parcela de culpa, alias culpa que não se assume, e se tenta eximir, alegando que o castigo de não ter o filho ao lado já é suficiente...
Eu não entendo isto desta forma: entendo que existe uma culpa que precisa ser assumida e um preço que deva ser pago até para que a pessoa possa ser digna de viver em sociedade... Uma Mãe que chora a perda de um filho emociona e cala uma multidão, mas será que esta Mãe, foi suficientemente Mãe para merecer chorar o filho morto?
Será que esta Mãe não se beneficia do luto para se promover achando que com isto sua dor será amenizada e ela será perdoada pelas besteiras que fez na educação de seu filho?
Existem Mães e mães, e estou farto de ver Mães que querem transformar seus filhos bandidos em Anjos, e, isto é uma afronta para as Mães que se dedicaram integral e incondicionalmente à criação de seus filhos e que os perderam para a violência...
Prestem bem atenção para que vocês possam se avaliar e um dia poder entender o que é a ”leveza do ser”: Atrás de um filho que mata, tem uma mãe, bem como atrás de um filho que morre...
Será que ambas as Mães produziram Anjos?
Respondam-me se forem capazes de achar que seus erros de criação e educação não interferiram na trajetória de seus filhos...
Você não saberá afirmar nada, porque terá que sair de trás do luto para uma batalha onde você será a única vítima... então a vida continuará seu curso e você chorando e clamando por justiça, uma justiça que você nunca se preocupou em fazê-la existir...
Então, antes de chorar e se achar a merecedora de toda piedade do mundo, faça um “mea-culpa”,
e tente ser somente humana, e pare de falar como papagaio repetindo as coisas e frases de efeitos sem saber do que está falando... Você acha que está consolando e confortando outras pessoas, mas apenas as está importunando com um pranto sem valor e que nunca a deixara sentir o que é realmente “a leveza do ser”...
Longe de todas as religiões, mas dentro de todas as pessoas, o Amor é o único caminho eficaz e capaz de construir uma base para que tudo exista em harmonia...
Reflita sobre sua vida e a trajetória que você segue entre o início e o fim de sua vida, e seja honesta para consigo mesma, eu garanto é difícil mas você poderá sentir-se útil para si mesma e ser leve como a própria brisa, sem ter que ser uma tempestade para conseguir viver bem...
Viver e deixar viver é assim que funciona..., da mesma forma que o sofrimento que apura o espírito deve ser vivido por cada ser isoladamente..., mas se você insiste em demonstrar que você vive um luto é porque precisa de holofotes para a própria vida e se, você precisa de palco para poder viver, você apenas encena e não vive.
Estas são palavras duras, mas verdadeiras, porque nunca vou faltar com a verdade para comigo ou outra pessoa, porque a mentira e a falsidade não produz, apenas retarda a destruição.
Léo Bella 10/09/2009
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