Primeiro tempo. A quem pertence a vida?

Pode não parecer importante a doença em um outro Ser. Ainda mais se não tivermos afinidade alguma com ele.

Pode parecer uma coisa estranha e até mesmo ter sido provocada pelo outro como pretexto para não viver.

Mas o que é viver? Será que o não viver é mais importnate que o viver?

É importante para que a vida possa existir plenamente que se saiba ao menos que é preciso exercer sempre o direito de viver.

Afinal no dia seguinte tudo poderá ser diferente...

Estou caminhando pela minha montanha magica em direção à um espaço sagrado... é um lago... um lago mistico onde todas as divindades dividem a mesma água sem se dividirem.

A noite está chuvosa, escura e agora parece que o céu esta desabando, pois chove torrencialmente.

Existe Uma pequena gruta onde me esconde da chuva. E, ao fundo vejo o clarão de fosforos riscando e sinto o cheiro do fumo queimando em seguida.

Não percebo que se aproxima de mim, um duende, bem pequeno de chapéu de feltro vermelho e cara de quem esta sempre feliz. Ele me oferece um charuto e, eu não recuso e dou uma longa bafora.

Nossa há tanto tempo não sentia a fumaça invadir meu corpo.

Que coisa indescritível fumar depois de muitos anos sem o cigarro.

Dou mais algumas baforadas e me farto do charuto então devolvo ao duende que diz;

-Po cara! Pensei que você ia fumar tudinho.!

No meio da chuva vejo uma mulher caminhando em direção à lagoa, ela esta vestida de branco, caminha lentamente, mas com segurança e para diante do lago.

Vejo que Iemanja estende suas mãos unidas sobre a cabeça dela e deixa cair um punhado de água....

Maria , a santa também se aproxima e deixa cair sobre a mulher petalas de rosas brancas...alguns anjos, serafins e afins, se aproximam e lentamente a floresta do lago vai clareando e se tornando um grande palco. Como se aquele momento fosse um momento de gala. Um encontro pra brindar algum acontecimento especial.

De repente, Iemanja fala e todos ouvem.

-Neste momento, vamos ouvir o que Marcia tem a falar sobre sua estada na Terra.

A mulher aparentando segurança, começa a falar com voz firme , sobre sua vida na Terra.

Pelas palavras pode-se perceber que a mulher é disciplinada, porque usa todas as vogais para falar, puxa nos erres e, se dirige a todos fitando nos olhos.

Somente no final tenho permissão para me aproximar e então a mulher olha em minha direção e pergunta `a santa é ele?, a santa responde sim.

E a mulher fala então .

-Caminhante, leve estas palavras para as poucas pessoas que puderam entender a forma como vivi em vida.

Conheci muita gente, mas isto não é importante, porque a maioria ficou com algo meu, ainda que apenas alguma palavra, mas uma pessoa em especial não guardou nada de mim, mas ela vai ficar com todos os bens e com tudo aquilo que acreditou que fosse eu.

Isto é triste porque passei pela vida dela sem que ela percebesse que meus dias chegariam ao fim e, ela teria que viver sem minha presença.

Não me arrependo de nenhum de meus momentos de felicidade ou de infelicidade, nem das agruras de meu casamento e de minha família, tambéou do isolamento que vivi nos ultimos anos. Afinal o meu maior companheiro foi me próprio Deus.

Agora estou passando para a outra vida e, neste momento quero libertar a todos que sofreram por mim . A todos que oraram por mim e dizer que o melhor juízo é o tempo, e, a ultima palavra sempre quem é da é o tempo.

Estou bem, mas não posso dizer cheia de vida, porque ainda estou lucida e caminhando, mas creio ser importante dizer que não levo rancor nem mágoas de nigueḿ.

Saúde e paz a todos... meu nome, caminhante é Marcia.”

Desci a montanha, encharcado, mas com a consciência tranquila e, em paz. Espero entretanto que possam ficart em paz todos aqueles que por aqui passarem.

Léo s bella